Quando a ficha caiu

Comprei um vinho para você. Nunca te perguntei se você preferia vinho seco ou suave, mas escolhi uma embalagem bonita no supermercado, que me lembrava um pouquinho você.

Aproveitei e comprei os ingredientes para fazer aquele risotto que você falou que estava louco para provar quando te enviei a receita, alguns dias atrás.

Percorri o setor de hortifruti em um grande debate comigo mesma sobre se eu deveria deixar a comida pronta pra quando te encontrasse ou se deveríamos arriscar o piegas de cozinhar juntos, já criando todo o cenário e imaginando os beijos roubados.

Te escrevi assim que cheguei em casa, confirmando o horário que tínhamos combinado.

E a conversa morreu ali.

Nem um “oi, desculpa, não vai dar.”

Eu sequer consegui me decepcionar. Você sempre fazia isso, não é? Não consegui ficar sequer chateada com você. E essa é a pior parte, se você quer saber. Não me importar foi pior do que se eu tivesse ficado triste. 

Porque foi aí que a ficha caiu. Eu nunca tinha tido a menor certeza antes do que eu queria, mas nunca tinha tido a menor dúvida que estava disposta a descobrir. E agora tomando sozinha o vinho que era pra ser dividido com você, eu percebi que não estou mais disposta.  Que a sua mensagem fofa na manhã seguinte não vai funcionar mais uma vez.

Queria ter aberto o vinho antes de perceber isso. Agora não sei dizer se o amargo é da minha própria boca ou se o vinho é ruim. 

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