Eu não vou ser a sua última opção

Eu não quero ouvir as suas juras de amor no telefone antes de dormir. Não quero receber as mensagens apaixonadas logo pela manhã, também. Não quero ouvir esses apelos emocionais, sustentados pelas palavras mais bonitas que você conhece, para me passar um sentimento distorcido.

Eu não quero falar de amor, quando o que você sente aí dentro, não passa de um medo ridículo de ficar sozinho. 

Eu não quero ser a muleta que você se escora para se sustentar diante da solidão iminente dos sábados a noite. Não quero ser a sua opção quando mais ninguém lembrou de te chamar pra fazer qualquer coisa e pouco antes da meia noite você me liga como quem não quer nada, dizendo que está com saudade.

Eu não quero ser um encaixe que você põe e tira quando lhe é conveniente, quando lhe dá vontade. Eu não vou ser a sua última opção.

Já nos dizia Fernando Pessoa que o poeta é um fingidor. E você, meu amor, é um dos bons. É daqueles que fazem com que a gente acredite ser importante, mesmo que apenas por alguns instantes, antes de cair em si. 

Eu até gosto das palavras bonitas e poetizadas que eu recebo vez ou outra sem aviso prévio. Mas, de que me servem as suas palavras mais lindas se eu sei que no momento que a solidão passar e você não precisar mais de mim, vou ser novamente jogada para escanteio?

De que me servem as suas palavras bonitas se você não tem coragem de ancorar por aqui? Se você não é capaz de ficar ao meu lado quando as coisas por aí estão em ordem, também?

De que me adianta suas palavras mais poéticas se eu sirvo apenas de guia na escuridão e sou dispensada quando seu mundo clareia?

O problema é que eu não sirvo pra essa sua inconstância toda. Eu não sirvo pra me sentir especial e logo em seguida ser esquecida até a sua próxima crise de solidão.

O problema é que eu gosto de enraizar. Eu gosto de aprofundar. Eu gosto de mergulhar. Gosto de me doar por inteiro sem receio do sentimento não ser recíproco. E apesar das mensagens lindas, eu sei que aqui não é recíproco. 

Então, eu te peço encarecidamente e sem enfeitar com aquelas palavras clichês: se você não é capaz de me amar sem reservas, se você não é capaz de me oferecer um amor além das palavras e das suas noites de vazio, então, por favor, vá embora.

Por favor, não me procure mais. Eu não preciso do seu quase amor de solidão. Eu não vou ser a sua última opção.

Mais textos de amor

Se você gostou desse conteúdo, não deixe de conferir os outros textos e crônicas autorais:

✍️ Amores estrela cadente
✍️ Este é o último texto de amor
✍️ Mudei o trajeto

Não deixe de conferir também nossos conteúdos no instagram.

2 Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *