Amanhã, se você chamar, eu não vou voltar

 

Meia noite e quinze. O celular vibra.

“Vem dormir comigo, tô com saudade”
 
O coração aperta.
 
Hoje completariam duas semanas que não nos falávamos. Sem motivo algum. Sem nenhuma briga.
 
Duas semanas atrás eu decidi que iria parar de procurar. Iria parar de me esforçar pra que nós dois pudéssemos acontecer.
 
Decidi esperando que você sentisse minha falta da mesma forma que eu sabia que sentiria a sua. Decidi acreditando que quando eu não mandasse bom dia na manhã seguinte, você mandaria.
 
Mas você não mandou. Não me mandou sequer a merda nas últimas duas semanas.
 
Não quis saber como eu estava, não quis saber o que tinha acontecido, não quis saber de nada.
 
E então hoje, você decide acabar com todo o meu esforço e com as duzentas teorias que eu já tinha criado na minha cabeça pra me convencer de que precisava te superar, que tinha coisa feito a coisa. E aí me manda isso. Essa droga de mensagem – que você sabe perfeitamente o efeito que vai ter em mim.
 
Você manda porque sabe que eu vou ceder. Porque sabe que você me chama e eu vou. Vou correndo pra você.
 
E é claro que eu fui, sem nem hesitar, sem pensar duas vezes. Me entreguei pra você uma vez mais.
 
Adormeci no seu peito querendo acreditar que você não esqueceria de mim na noite seguinte quando outro corpo ao invés do meu aquecesse o seu.
 
Adormeci colada em você enquanto tentava acreditar que você realmente havia sentido minha falta, de mim, do meu riso fácil ao teu lado, do meu toque e não apenas de uma companhia qualquer pra disfarçar a noite fria.
 
Acordei sozinha na cama, com o seu típico bilhete “fui pra academia, volto logo” em cima da sua escrivaninha. Um bilhete que dizia muito mais nas entrelinhas.
 
Voltei pra casa com o coração pesado, o oco mais pesado do mundo, repetindo pra mim mesma “amanhã vai ser diferente”. “Amanhã, se você chamar, eu não voltar”. Mesmo que no fundo eu soubesse que por várias noites ainda eu iria quebrar essa promessa boba.
 

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