Eu tentei apagar da memória, do meu corpo, do meu quarto e da minha alma cada traço seu. Tentei esquecer quem você era e que por tanto tempo fez morada em mim. Tentei desesperadamente fingir que nosso amor nunca existiu.
Os lençóis, casacos e camisetas foram lavados para que nenhum resquício do seu perfume amadeirado permanecesse por aqui. Os quadros da parede foram trocados e cada um daqueles livros que você me deu, doados.
Joguei fora cada uma daquelas fotos que guardava numa caixinha dourada. A caixinha foi também. Troquei de lugar os móveis e pintei a parede, pra apagar aquela mancha de café que acidentalmente deixamos no último inverno.
As mensagens foram apagadas, uma por uma, pra evitar aquelas futuras noites de saudade em que eu me entregaria a nostalgia e releria cada um daqueles momentos, cada mensagem que você me enviou.
Tolice minha, eu recordo de cabeça cada palava que você usou toda vez que falou de amor. Guardo na memória, ou talvez no coração, cada declaração.
Acho que no fundo, amores não se apagam assim. No fundo, amores como o nosso, onde o sentimento era tão lindo, simplesmente ficam. Nem que seja guardadinho num cofrinho a sete chaves, mas ficam.
Por mais sinceras e desesperadas que sejam as tentativas de apagar cada traço daquela história, alguns romances simplesmente não se vão. E o nosso, não foi, mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de tantas tentativas.
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Eu concordo com cada palavra, pois sei com experiência própria que tem amores que não se apagam. Que pode passar o tempo que for, mas ficam ali, guardados, ou melhor, marcados no nosso coração.
Beijos,
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