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Você não estava nos planos. E eu sei, fui eu mesma quem disse que não existe essa história de planos, que as coisas acontecem além das nossas vontades e que não podemos controlar pra que tudo seja no tempo e da forma que gostaríamos. Eu sei disso. Mas o caso é que você não estava nos planos e mesmo sem estar foi entrando na minha vida sem sequer pedir licença. Foi jogando as bagagens antigas pro lado e se adonando do espaço, redecorando as paredes com novos quadros.  Você não estava nos planos. Não que eu tivesse planos, pra ser sincera. Só sei que se tivesse, você não estaria neles. Acharia dezenas de desculpas pra vetar você de qualquer plano. Centenas, se eu precisasse. E estava disposta a fazer isso, mas você foi chegando com esse sorriso e eu fiquei tão abe...

Tive minha primeira decepção amorosa depois de você. Não estava preparada. E não digo que não estava preparada para quebrar a cara novamente, porque isso ninguém nunca está, apesar de sabermos que o risco maior é sempre esse. O que eu não estava preparada é pra pensar em você de novo depois de algo assim.  Não deveria ser diferente? Não deveria ser o segundo, e quem sabe último, passo pra te esquecer de vez?  Me disseram quando a gente deixou de ser a gente que deixaria de doer quando eu me apaixonasse por outro alguém a ponto de chamar de nós. Acreditei. Me apaixonei. Me envolvi ao ponto de chamar de nós. E deixou de doer, realmente. Mas você ainda estava lá no lugar que reivindicou anos atrás no meu coração. Me disseram então, que esse é o lugar dos amores passados. Qu...

Hoje eu lembrei de você. Não sei dizer ao certo o porquê, já que a saudade já deixou de ser presente há anos.  Mas, hoje eu lembrei de você.  E foi como se eu tivesse voltado no tempo, como se o sentimento não tivesse mudado e todas as histórias que vieram depois nunca tivessem existido. Foi como se você ainda estivesse aqui, e como se a qualquer momento eu pudesse receber uma mensagem sua me chamando pra sair por aí, sem rumo certo, só pra aproveitarmos a companhia um do outro.  Como se o seu cheiro ainda estivesse no meu travesseiro e o gosto do seu beijo na minha boca.  Hoje eu lembrei de você e coloquei pra tocar aquela música que você cantava pra me acalmar. Comprei aquele seu cigarro vagabundo, mesmo já tendo parado de fumar. Ocupei só meta...

Eu não quero ouvir as suas juras de amor no telefone antes de dormir. Não quero receber as mensagens apaixonadas logo pela manhã, também. Não quero ouvir esses apelos emocionais, sustentados pelas palavras mais bonitas que você conhece, para me passar um sentimento distorcido. Eu não quero falar de amor, quando o que você sente aí dentro, não passa de um medo ridículo de ficar sozinho.  Eu não quero ser a muleta que você se escora para se sustentar diante da solidão iminente dos sábados a noite. Não quero ser a sua opção quando mais ninguém lembrou de te chamar pra fazer qualquer coisa e pouco antes da meia noite você me liga como quem não quer nada, dizendo que está com saudade. Eu não quero ser um encaixe que você põe e tira quando lhe é conveniente, quando lhe dá vontad...

Amiga, senta aqui, vamos conversar. Tem um assunto que eu tô querendo te falar já faz um tempo. É sobre aquela história que o seu namorado adora te contar. Aquela sobre uma mulher louca, lembra? Aquela que grita por qualquer coisa. Que faz escândalo no meio da rua sem motivo algum. Aquela que fica querendo controlar a vida das pessoas. Desestabilizada. Paranoica. Obcecada. Invejosa. Que não sabe se por no seu lugar. Como era mesmo o nome dela? Ah, é. Ex-namorada. Ela era parecida com você, sabia? Antes de eles começarem a namorar. Ia aos mesmos bares, dançava as mesmas músicas e muito provavelmente assistia aos mesmos filmes. Eu via ela por aí, tagarelando, sorrindo, dançando. Aproveitando a noite e os amigos. Aproveitando seu direito de sorrir. De ir e vir. E numa dessa...

Eu tentei apagar da memória, do meu corpo, do meu quarto e da minha alma cada traço seu. Tentei esquecer quem você era e que por tanto tempo fez morada em mim. Tentei desesperadamente fingir que nosso amor nunca existiu. Os lençóis, casacos e camisetas foram lavados para que nenhum resquício do seu perfume amadeirado permanecesse por aqui. Os quadros da parede foram trocados e cada um daqueles livros que você me deu, doados. Joguei fora cada uma daquelas fotos que guardava numa caixinha dourada. A caixinha foi também. Troquei de lugar os móveis e pintei a parede, pra apagar aquela mancha de café que acidentalmente deixamos no último inverno.  As mensagens foram apagadas, uma por uma, pra evitar aquelas futuras noites de saudade em que eu me entregaria a nostalgia e releria c...